A evolução das tecnologias aplicadas às máquinas florestais, como os harvesters, tem possibilitado ganhos significativos na produtividade da colheita em desbastes seletivos, mas também traz desafios em relação à qualidade da operação e ao impacto sobre a madeira processada e as árvores remanescentes.
Um estudo analisou a qualidade da operação em povoamentos de Pinus taeda, avaliando dois modelos de desbaste: (1) corte sistemático de uma linha específica (quinta linha) e seletivo nas adjacentes, e (2) corte sistemático da sétima linha, também combinado com seleções adjacentes. Os resultados mostraram que, enquanto ambos os métodos melhoraram o acesso das máquinas e a remoção de árvores dominadas, ocorreram perdas de madeira devido a alturas de cepas acima do esperado e imprecisões no comprimento das toras processadas. Por exemplo, em média, 90% das cepas apresentaram alturas superiores às especificações, o que resultou em volumes desperdiçados de até 0,62 m³/ha, dependendo do modelo de desbaste utilizado.
Adicionalmente, foi observado que o comprimento das toras destinadas à serraria e laminação superou os valores esperados, enquanto as toras para celulose apresentaram tamanhos inferiores, comprometendo o planejamento operacional. A análise de danos causados às árvores remanescentes também revelou que o cuidado no manejo é crucial, já que os danos tendem a ser maiores em terrenos de menor declividade, devido à maior produtividade das máquinas nessas condições.
Esse cenário ressalta a importância de ajustar os equipamentos às características do terreno e do povoamento, além de capacitar operadores para reduzir perdas e danos. A integração de análises de desempenho das máquinas e avaliação detalhada dos danos pode otimizar os processos, aumentando a eficiência e sustentabilidade da colheita florestal.
DOI: https://doi.org/10.4336/2019.pfb.39e201801689
Palavras-chave: Pinus taeda, Tora, Colheita mecanizada
Qualidade na operação de corte florestal em povoamentos submetidos a dois modelos de desbaste mecanizado