Sistemas Agroflorestais no Brasil: Uma abordagem sobre a estocagem de carbono

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Os sistemas agroflorestais (SAFs) destacam-se como ferramentas eficazes para mitigar mudanças climáticas, contribuindo significativamente para o sequestro e a estocagem de carbono. Esses sistemas integram culturas agrícolas com espécies florestais, promovendo biodiversidade e seguindo princípios agroecológicos. O carbono é armazenado principalmente na biomassa aérea e no solo, com variações nos estoques conforme a estrutura e manejo dos sistemas.

Pesquisas indicam que os estoques de carbono nos SAFs podem variar amplamente, de 1,26 a 11,19 toneladas de carbono por hectare ao ano (t C ha⁻¹ ano⁻¹), dependendo da densidade e diversidade das espécies arbóreas e arbustivas. Por exemplo, um estudo realizado em Dourados, MS, identificou estoques de carbono na biomassa aérea de 5,61 a 9,47 t C ha⁻¹ em diferentes modelos de SAFs. Esses valores são comparáveis aos de sistemas naturais, evidenciando a relevância desses agroecossistemas para serviços ambientais, como a fixação de carbono e a melhoria da qualidade do solo.

Outro fator relevante é o manejo. Práticas como poda para aumentar a luz e a adição de matéria orgânica contribuem para a eficiência desses sistemas. A biomassa acumulada nos SAFs reflete diretamente o potencial de mitigação de gases de efeito estufa (GEE), reforçando seu papel como estratégia viável para reduzir emissões e promover a sustentabilidade ambiental.

Além disso, os SAFs também apresentam potencial para incentivar práticas agrícolas mais sustentáveis por meio de políticas públicas que valorizem seu impacto positivo no equilíbrio climático. A análise do carbono estocado pode servir como parâmetro para a criação de programas de incentivo e financiamento voltados à ampliação desses sistemas, tornando-os ainda mais atrativos para agricultores e comunidades rurais.

Em síntese, os sistemas agroflorestais representam uma alternativa estratégica para o enfrentamento das mudanças climáticas, combinando benefícios ecológicos e econômicos. Sua implementação deve ser ampliada e incentivada, considerando sua capacidade comprovada de armazenar carbono e contribuir para práticas agrícolas ambientalmente responsáveis.

Carlos Moreira Miquelino Eleto Torres

Laércio Antônio Gonçalves Jacovine

Silvio Nolasco de Oliveira Neto

Daniel Brianezi

Eliana Boaventura Bernardes Moura Alves

DOI: https://doi.org/10.4336/2014.pfb.34.79.633

Palavras-chave: Sequestro de carbono, SAF, Sistemas de uso do solo

Sistemas Agroflorestais no Brasil

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