O mogno africano (Khaya ivorensis) tem se destacado como uma opção economicamente viável para a produção de madeira nobre no Brasil. A espécie apresenta boa adaptação a diferentes condições edafoclimáticas e um elevado valor de mercado, o que atrai investidores interessados em silvicultura de alta rentabilidade. Estudos recentes têm avaliado a viabilidade econômica do plantio de mogno africano em diferentes regiões do país, considerando tanto os custos de implantação quanto os retornos financeiros ao longo do ciclo produtivo.
A análise econômica de um projeto típico de plantio envolve um horizonte de planejamento de 20 anos, com custos iniciais relacionados à preparação do solo, plantio, controle de pragas, fertilização e manutenção periódica. Com espaçamentos recomendados entre 5 m x 5 m ou variantes mais densas para permitir desbastes, a densidade média projetada é de aproximadamente 400 árvores por hectare. Essa abordagem equilibra custos de plantio com a produtividade futura e a qualidade da madeira.
Indicadores Econômicos
A viabilidade é mensurada por indicadores como o Valor Presente Líquido (VPL), Taxa Interna de Retorno (TIR) e índice de rentabilidade. Estudos apontam VPLs positivos e TIRs superiores a 15%, mesmo em cenários de sensibilidade que simulam aumento de custos ou queda nos preços da madeira. Por exemplo, uma análise no estado do Mato Grosso revelou VPL de R$ 1.349.903,33 e TIR de 29,54% em condições normais, e, mesmo em cenários desfavoráveis com aumento de custos em 30% e redução de preços, o projeto permaneceu viável.
Custos e Receitas
Os custos de implantação variam de acordo com o tamanho da área, mão de obra, insumos como fertilizantes e defensivos, e o manejo inicial. Adicionalmente, os custos de manutenção incluem controle de formigas, fertilizações periódicas e manejo do dossel. Esses fatores são fundamentais para assegurar o crescimento uniforme e a qualidade da madeira ao final do ciclo.
Análise de Sensibilidade
Os projetos apresentam baixa sensibilidade a flutuações moderadas no mercado, com risco significativo apenas em casos de aumentos expressivos nas taxas de juros ou quedas acentuadas no valor da madeira. Isso ressalta a importância de considerar os custos de oportunidade e adotar práticas de manejo eficiente para mitigar riscos econômicos.
Com base nos estudos analisados, o plantio de mogno africano é economicamente viável, especialmente em regiões com suporte logístico adequado e mercado ativo para madeira nobre. Além disso, os benefícios ambientais associados à atividade, como o sequestro de carbono e a recuperação de áreas degradadas, reforçam o valor sustentável do investimento. A adoção de tecnologias e práticas modernas pode ampliar ainda mais a rentabilidade e a eficiência do cultivo.
Marcell Patachi Alonso
DOI: https://doi.org/10.4336/2018.pfb.38e201701495
Palavras-chave: Fluxo de caixa, Índice de rentabilidade, Produção de madeira
Viabilidade econômica da produção de mogno africano em pequena propriedade no Paraná