Vinte anos monitorando a dinâmica de crescimento de uma floresta tropical explorada na Amazônia ocidental

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MANEJO FLORESTAL SUSTENTÁVEL

A dinâmica do crescimento em florestas tropicais manejadas é um tema fundamental para entender os impactos da exploração madeireira e os potenciais de recuperação ambiental. No estado do Acre, estudos realizados em florestas manejadas mostram que a biomassa acima do solo (BAS) pode ser significativamente afetada tanto pela exploração florestal quanto por eventos climáticos extremos. Pesquisas apontam que, em áreas exploradas, os estoques de biomassa e volume reduzem inicialmente, mas apresentam recuperação mais rápida do que em áreas não manejadas quando o manejo é bem conduzido.

No contexto de manejo sustentável, foram observados padrões interessantes na regeneração e na dinâmica de árvores. Por exemplo, em florestas manejadas, as taxas de ingresso (novas árvores que entram na classe de estudo) e mortalidade tendem a se estabilizar cerca de 20 anos após a exploração. Estudos na Floresta Estadual do Antimary, no Acre, indicam que as práticas de manejo florestal promovem a entrada de espécies comerciais no sistema e aumentam a eficiência na recuperação da área basal e do volume de madeira, embora as espécies pioneiras nem sempre se estabeleçam facilmente em clareiras abertas durante o corte.

Além disso, danos naturais como tempestades e ventos podem representar impactos significativos na biomassa florestal. Dados revelam que perdas causadas por fenômenos naturais podem ultrapassar as associadas à exploração florestal direta, destacando a necessidade de considerar esses fatores no planejamento de manejo. A exposição de copas à luz solar, promovida pelo manejo, demonstrou ser um fator determinante no incremento do diâmetro das árvores remanescentes.

Assim, práticas bem planejadas de manejo florestal podem não apenas contribuir para a recuperação mais rápida da BAS, mas também oferecer uma estratégia para adaptação a eventos climáticos extremos. A gestão controlada de perturbações minimiza a mortalidade de árvores e otimiza a regeneração da floresta, tornando-a uma abordagem viável para o uso sustentável dos recursos florestais amazônicos.

Marcus Vinicio Neves d’Oliveira

Luis Claudio Oliveira

Mario Humberto Aravena Acuña

Evaldo Muñoz Braz

DOI: https://doi.org/10.4336/2017.pfb.37.92.1398

Palavras-chave: Gestão florestal, Biomassa acima do solo, Parcelas experimentais

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