O Brasil presenciou um início de ano alarmante em relação aos incêndios florestais, com mais de 17 mil focos registrados entre janeiro e abril, segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Esse número representa um aumento preocupante de 81% em comparação com o mesmo período em 2023, configurando-se como o maior já registrado desde o início da coleta de dados em 1998.
A Amazônia, lar de mais de 60% da floresta tropical úmida do planeta, foi a região mais afetada, com 8.977 incêndios, o maior número desde 2016 e um aumento de 153% em relação ao primeiro quadrimestre do ano passado. O Cerrado, rico bioma localizado no sul da Amazônia, também foi duramente atingido, com 4.575 focos de incêndio, um aumento de 43% em relação ao mesmo período de 2023.
As causas dos incêndios são complexas e multifacetadas, com o Ministério do Meio Ambiente apontando as mudanças climáticas e as secas prolongadas como fatores relevantes.
O recorde de 2024 acende um alerta vermelho para as autoridades brasileiras, exigindo medidas urgentes e eficazes para combater os incêndios florestais e proteger os biomas do país. Ações como o investimento em fiscalização, o desenvolvimento de políticas públicas que promovam práticas agrícolas sustentáveis e a conscientização da população sobre os impactos dos incêndios são essenciais para deter esse ciclo de devastação ambiental.
“Os incêndios florestais no Brasil e em outros países da região, como Chile e Colômbia, são intensificados pela mudança do clima e por um dos El Niño mais fortes da história, que causou estiagens prolongadas em diversas áreas da Amazônia em 2023. O grave aquecimento registrado nos últimos meses provocou mudanças de padrão, como o avanço do fogo para áreas de vegetação nativa“, afirmou o Ministério do Meio Ambiente em nota.
