Quanta água é preciso para produzir uma tonelada de celulose?

Quanta água é preciso para produzir uma tonelada de celulose?

O setor de celulose e papel é reconhecido mundialmente não apenas pela sua importância econômica, mas também pelo seu compromisso crescente com a sustentabilidade e a preservação dos recursos naturais. Um dos indicadores mais significativos desse compromisso é a redução expressiva no consumo de água ao longo dos anos em todo o processo produtivo, desde a floresta até a fábrica. Essa trajetória de melhorias contínuas tem não apenas impactado positivamente as empresas do setor, mas também contribuído para a conservação do meio ambiente em um contexto global de escassez hídrica.

A água é um recurso essencial para a vida, porém, as mudanças climáticas e o aumento da demanda por água têm gerado preocupações em relação à disponibilidade futura desse recurso. De acordo com previsões da Organização Mundial de Saúde (OMS), estima-se que até 2025 metade da população mundial viverá em áreas com escassez de água. Esse cenário torna ainda mais relevante o papel das indústrias em adotar práticas sustentáveis de gestão hídrica.

Um dos setores que tem se destacado nesse sentido é o de celulose e papel. No passado, o consumo de água para produzir uma tonelada de celulose era significativamente alto, variando entre 180 m³ a 200 m³ por tonelada na década de 1980. No entanto, graças a investimentos em gestão hídrica e inovações tecnológicas, esse número foi drasticamente reduzido ao longo dos anos. Em 2022, o consumo médio de água por tonelada de celulose produzida caiu para apenas 25 m³, conforme dados fornecidos por empresas produtoras.

Esse avanço é fruto de um esforço conjunto das principais indústrias do setor florestal, que têm anunciado metas ambiciosas de redução do consumo de água até 2030. Além disso, a maior parte da água captada pelas empresas é tratada e devolvida ao meio ambiente com qualidade superior à sua captação, demonstrando um compromisso com a responsabilidade ambiental e a sustentabilidade.

A Suzano e a Veracel são dois exemplos de empresas que têm se destacado na gestão hídrica e na redução do consumo de água em suas operações. A Suzano, por meio de seu programa de metas de longo prazo Compromissos para Renovar a Vida, tem como objetivo aumentar a disponibilidade hídrica nas bacias hidrográficas críticas em que atua e reduzir em até 15% o consumo de água em suas operações industriais até 2030. Já a Veracel, por meio de práticas sustentáveis desde o cultivo mínimo do solo até a otimização do uso da água na fábrica, alcançou em 2023 o menor índice médio anual de uso específico de água de sua história.

Um dos aspectos importantes no processo de redução do consumo de água é o uso de tecnologias e práticas inovadoras. Tanto a Suzano quanto a Veracel investem em automação, monitoramento e controle rigoroso do uso da água em suas operações. Além disso, programas de engajamento com fornecedores e ações de conscientização interna têm contribuído para uma cultura organizacional voltada para a sustentabilidade e a preservação dos recursos naturais.

Na Suzano, por exemplo, a empresa utiliza Reservatórios Sustentáveis de Água em suas unidades industriais, recircula cerca de 85% da água utilizada nos processos produtivos e adota práticas de tratamento de efluentes que garantem a qualidade da água devolvida ao meio ambiente. Já a Veracel, além de práticas como o cultivo mínimo do solo e o uso eficiente da água na irrigação das mudas de eucalipto, realiza monitoramento constante das bacias hidrográficas em sua área de atuação e mantém uma reserva privada de Mata Atlântica que protege nascentes e contribui para a conservação dos recursos hídricos.

Essas iniciativas não apenas demonstram o compromisso das empresas do setor de celulose e papel com a sustentabilidade, mas também evidenciam a importância da inovação e da colaboração entre os diversos stakeholders para enfrentar os desafios ambientais do século XXI. O investimento em tecnologias, a busca por melhores práticas e o engajamento com a comunidade são pilares fundamentais para garantir um uso responsável da água e a preservação dos ecossistemas naturais em que as empresas estão inseridas.

As empresas produtoras de celulose operando em solo brasileiro, não apenas desenvolvem novas tecnologias, como atuam como catalizadores de transição de processos industriais. Empresas líderes como Suzano e Veracel, mas não somente estas, veem a na redução do consumo de água na produção de celulose uma oportunidade para contribuírem de forma ainda mais significativa para a conservação do meio ambiente e o bem-estar das comunidades onde atuam. Esses investimentos buscando eficiência na gestão hídrica são fundamentais para garantir um futuro sustentável para as próximas gerações.

SETOR FLORESTAL MINEIRO