Principal praga dos plantios de pinus no estado de São Paulo, a Vespa da Madeira se tornou uma preocupação para os produtores. Enquanto já está controlada em estados como Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, a detecção da presença da vespa em São Paulo acendeu o alerta, desencadeando uma mobilização rápida e eficaz por parte de diversas entidades e empresas. No final do ano passado, representantes da Embrapa Florestas, Funcema, IPEF, Funpinus, Aresb, IPA e Resinas Brasil se reuniram para discutir e buscar soluções para essa ameaça iminente.
A Vespa da Madeira, membro da família de insetos conhecida como “Siricidae”, tem sua origem nas regiões da Europa, Ásia e Norte da África. Dentro dessa família, várias espécies têm a capacidade de atacar tanto árvores de pinus já mortas quanto aquelas ainda em crescimento. No Brasil, desde sua detecção em 1988, a espécie Sirex noctilio tornou-se uma ameaça considerável aos plantios de pinus, especialmente afetando as espécies Pinus taeda e Pinus eliottii.
Há 35 anos, as florestas de pinus do Brasil estão sob a proteção de um programa inovador: o Programa de Manejo Integrado de Pragas da Embrapa Florestas.
Em parceria com o setor produtivo, através do FUNCEMA, o programa reúne mais de 100 empresas florestais no combate à lagarta desfoliadora, uma praga que ameaçava a produção de madeira e outros produtos derivados do pinus.
O programa se baseia em monitoramento constante, controle natural com inimigos naturais da lagarta e, como último recurso, controle químico. Através dessa estratégia, a praga foi mantida sob controle, evitando perdas significativas para a cadeia produtiva do pinus.
O sucesso do programa se traduz em números: 35 anos de proteção, mais de 100 empresas participantes e perdas evitadas de alto impacto. O programa beneficia toda a cadeia produtiva, desde os produtores florestais até as empresas que utilizam a madeira de pinus.
A Embrapa Florestas continuará trabalhando no desenvolvimento de novas tecnologias e estratégias para o manejo integrado de pragas, garantindo a proteção das florestas de pinus do Brasil e a sustentabilidade da produção florestal.
Porém, a recente detecção de uma espécie de “Siricidae” em plantios de pinus tropicais utilizados para resinagem, no estado de São Paulo, tem preocupado o setor. Segundo
Susete Chiarello Penteado, pesquisadora da Embrapa Florestas e coordenadora do Programa de Controle da Vespa-da-madeira, explica que a identificação da nova espécie é crucial para o planejamento de ações de controle eficazes.
“As amostras coletadas indicam uma nova espécie de “Siricidae”. Estamos trabalhando na sua identificação para determinar o manejo mais adequado”, afirma Susete.
Cooperação com a Embrapa Florestas