Setor florestal cresceu 6,3% em 2023

A Indústria Brasileira de Árvores (Ibá) divulgou deu Relatório Anual de 2023. O documento reúne as principais informações do setor florestal brasileiro e indica que houve um crescimento de 6,3%, com receita agregada de R$ 260 bilhões.

As indústrias de base florestal alcançaram marcos significativos na produção, registrando um recorde notável nos relatórios da Ibá. Ao todo, foram geradas 25 milhões de toneladas de celulose, estabelecendo um novo patamar, além de atingir a marca de 11 milhões de toneladas de papel, o maior volume já registrado. Adicionalmente, destaca-se a produção de 8,5 milhões de metros cúbicos de painéis de madeira, evidenciando a robustez e o desempenho excepcional do setor.

O Relatório ainda aponta que o Brasil se manteve como o maior exportador de celulose do mundo, quebrando o próprio recorde ao exportar 19,1 milhões de toneladas.

No âmbito internacional, o setor exportou notáveis 1,5 milhão de metros cúbicos de painéis de madeira e estabeleceu um novo recorde ao comercializar 2,5 milhões de toneladas de papel. Essas vendas representaram um influxo significativo de divisas para o Brasil, totalizando impressionantes US$ 14,3 bilhões, marcando assim a maior cifra histórica nesse aspecto.

A expressiva conquista desses recordes pode ser atribuída ao considerável investimento previsto no setor de base florestal, totalizando R$ 61,9 bilhões até 2028. Dentre esses investimentos, destaca-se a cifra significativa de R$ 22,2 bilhões direcionada para a construção da nova fábrica da Suzano, localizada em Ribas do Rio Pardo (MS). Programada para iniciar suas operações em 2024, a fábrica possui uma capacidade impressionante de produzir 2,55 milhões de toneladas de celulose anualmente. Esse investimento robusto reflete o compromisso do setor em impulsionar ainda mais o seu crescimento e impactar positivamente a economia.

De acordo com a pesquisa, o setor florestal demonstra um amplo alcance, realizando o plantio, colheita e replantio de árvores em uma extensão total de 9,94 milhões de hectares no Brasil. Essa expansão ocorre principalmente em regiões previamente degradadas ou com baixa produtividade. Notavelmente, o eucalipto mantém sua posição como a cultura mais predominante nessas áreas de cultivo, abrangendo expressivos 7,6 milhões de hectares, o equivalente a 76% do total. O pinus também desempenha um papel significativo, ocupando 1,9 milhão de hectares, o que corresponde a 19% do total. Esses dados evidenciam a abordagem sustentável do setor, buscando otimizar o uso de terras e contribuir para a preservação ambiental.

No que diz respeito à extensão de áreas plantadas, Minas Gerais continua liderando entre os estados, abrangendo 2,2 milhões de hectares, o que representa 29% do total. Em seguida, Mato Grosso do Sul ocupa a segunda posição, com 1,1 milhão de hectares (15%), enquanto São Paulo mantém 1 milhão de hectares de áreas de cultivo, correspondendo a 13% do total nacional.

Além disso, o setor florestal desempenha um papel crucial na conservação ambiental, preservando agora 6,73 milhões de hectares de mata nativa. Essa área de conservação é ainda maior que o estado do Rio de Janeiro, refletindo um aumento de cerca de 10% em comparação com o ano anterior. Esses números destacam o compromisso do setor não apenas com a produção sustentável, mas também com a preservação e expansão das áreas de cobertura vegetal nativa.

A sustentabilidade do setor florestal no Brasil fica evidente ao considerar que, exclusivamente em áreas preservadas e produtivas, o setor já armazena impressionantes 4,8 milhões de toneladas de CO2 equivalente. Essa iniciativa contribui de maneira significativa para a mitigação da crise climática, destacando o compromisso da indústria com práticas ambientalmente responsáveis.

No caminho da descarbonização, o setor alcançou um marco notável, gerando 86% de toda a energia que consome a partir de fontes renováveis. Essa matriz energética é alimentada principalmente pelo licor preto, um subproduto proveniente da fabricação de celulose. Esse enfoque inovador não apenas impulsiona a sustentabilidade do setor, mas também demonstra a busca ativa por soluções de energia limpa, alinhadas com as metas globais de redução de emissões de gases de efeito estufa.

Outro impacto positivo do setor de base florestal é a geração de 2,6 milhões de empregos diretos e indiretos no Brasil em 2023, segundo dados RAIS & ESG Tech.

Vivemos um cenário de turbulências climáticas, geopolíticas e econômicas. Uma realidade complexa que também ecoa no Brasil. Mas, além de constatar e enfrentar desafios, é preciso que enxerguemos as oportunidades de cada tempo e saibamos aproveitá-las. Nesse processo, é fundamental ter em mãos as bússolas dos bons caminhos. Este Relatório Anual da Ibá é um verdadeiro mapa de saídas, rumos, alternativas e sinalizações para a travessia socioeconômica e ambiental que se impõe ao Brasil e ao planeta”, afirma Paulo Hartung, presidente da Ibá.

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