O Dia Nacional do Pau-Brasil, celebrado em 03 de maio, tem grande importância para a valorização e preservação dessa espécie simbólica. O Pau-Brasil, cientificamente conhecido como Paubrasilia echinata, é uma árvore nativa e endêmica do Brasil, encontrada principalmente na Mata Atlântica, especialmente em fitofisionomias como a Floresta Estacional Semi-decidual, a Floresta Ombrófila Densa, e as Restingas. Essa árvore não só batizou o país, mas também desempenhou um papel crucial em sua história e cultura.
A data comemorativa foi instituída pela Lei nº 6.607, sancionada em dezembro de 1978 pelo então presidente Ernesto Geisel, que declarou o Pau-Brasil como a Árvore Nacional do Brasil. A escolha de 03 de maio como o dia dedicado à espécie reflete a importância de promover ações de reflorestamento e conscientizar a sociedade sobre a relevância ambiental e histórica do Pau-Brasil.
Além de seu significado histórico, o Pau-Brasil tem características biológicas distintas. A espécie é conhecida por sua madeira de alta qualidade, utilizada no passado para a extração de um corante vermelho valioso, que foi uma das principais mercadorias exportadas durante os primeiros séculos da colonização portuguesa no Brasil. Hoje, a árvore é valorizada tanto pela sua importância ecológica quanto cultural.
Pau-Brasil e a história do Brasil
A chegada do Pau-Brasil ao cenário histórico do país ocorreu simultaneamente com o descobrimento do Brasil por Pedro Álvares Cabral, em 1500. A exploração dessa árvore, conhecida por sua madeira e corante vermelho, começou logo após a chegada dos portugueses. O interesse dos europeus pelo Pau-Brasil estava ligado à existência de uma espécie similar na Ásia, conhecida na Europa medieval por nomes como “brecilis” e “brezil”, cujo corante era altamente valorizado para tingir tecidos.
Assim que os portugueses desembarcaram no território brasileiro, perceberam o potencial econômico do Pau-Brasil. A exploração dessa árvore tornou-se, então, a primeira atividade econômica significativa na nova colônia. A madeira era cortada e transportada para a Europa, onde o corante extraído era comercializado.
Segundo historiadores, Fernão de Noronha, um comerciante português, foi o primeiro a obter direitos exclusivos de exploração do Pau-Brasil no Brasil. Além desse direito, ele recebeu como capitania a ilha que hoje é conhecida como Fernando de Noronha. Por volta de 1511, Fernão de Noronha organizou a primeira exportação de Pau-Brasil para Portugal, enviando cerca de 5 mil toras em um navio. Esse marco foi um impulso significativo na exploração e comercialização dessa valiosa madeira, aumentando o interesse europeu pela espécie.
O Pau-Brasil desempenhou um papel crucial no desenvolvimento inicial da economia colonial e marcou profundamente a história do Brasil. A importância dessa árvore foi tão grande que seu nome acabou por batizar a nova terra, e sua exploração foi um dos fatores que moldaram as relações entre o Brasil e Portugal durante o período colonial.