Há cerca de duas décadas, a integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) era vista com ceticismo pelo setor de papel e celulose. Considerada um desperdício de área cultivável, a prática não se encaixava na lógica tradicional de produção. No entanto, o tempo se encarregou de mostrar que a ILPF era muito mais do que uma simples técnica agrícola: era um modelo inovador com o potencial de revolucionar o setor florestal e, consequentemente, a indústria de papel e celulose.
Com o passar dos anos, a indústria se modernizou e o mercado se atualizou. A compreensão sobre a ILPF se aprofundou, reconhecendo que seus benefícios transcendem os conceitos de sustentabilidade e sequestro de carbono. A ILPF se tornou um caminho estratégico para ampliar a base florestal do país, fornecendo matéria-prima essencial para a produção de papel, celulose e outros produtos derivados da madeira.
Empresas como a Suzano, líder do setor de papel e celulose no Brasil, reconheceram o valor da ILPF e se integraram à Rede ILPF, uma parceria público-privada que reúne diversas entidades, incluindo a Embrapa, Bradesco, Cocamar, John Deere, Soesp e Syngenta.
A Rede ILPF: Fomentando a pesquisa e disseminando conhecimento
A Rede ILPF trabalha incansavelmente para ampliar a presença das árvores em sistemas integrados. Através de pesquisas, feiras, dias de campo, palestras e caravanas, a rede dissemina informações técnicas sobre os benefícios sociais, ambientais e econômicos do componente florestal na ILPF.
Para Marcelo Bruzon, diretor de Sustentabilidade da Suzano, a ILPF oferece aos produtores diversos benefícios, além do incremento na renda:
- Conservação do solo: As árvores protegem o solo da erosão e contribuem para a retenção de água, garantindo a fertilidade e produtividade da terra a longo prazo.
- Bem-estar animal: As árvores fornecem sombra e abrigo para os animais, reduzindo o estresse térmico e melhorando o seu bem-estar.
- Neutralização de emissões de gases do efeito estufa: As árvores absorvem CO2 da atmosfera, contribuindo para o combate às mudanças climáticas.
Ampliando a base florestal
A Rede ILPF estima que, atualmente, os sistemas integrados estejam presentes em 17,4 milhões de hectares nos diferentes biomas do país. Entre os anos de 2015/2016 e 2020/2021, houve um aumento de 52% na área com integração. O objetivo ambicioso da rede é expandir essa área para 35 milhões de hectares até 2030.
Para alcançar essa meta, é fundamental ganhar escala no componente florestal. Atualmente, a maioria dos mosaicos produtivos prioriza a lavoura-pecuária, e apenas 15% dos sistemas integrados contam com a presença de árvores.
A ILPF como aliada da bioeconomia e da indústria de baixo carbono
A expansão da base florestal através da ILPF é crucial para garantir o fornecimento de matéria-prima para a indústria de papel e celulose, que busca cada vez mais se tornar sustentável e de baixo carbono. As árvores fornecem a madeira, insumo essencial para a produção de papel, celulose e bioprodutos.
A integração lavoura-pecuária-floresta se consolidou como um modelo inovador e estratégico para o futuro do setor de papel e celulose. Através da Rede ILPF, empresas como a Suzano trabalham em conjunto com diversos parceiros para ampliar a base florestal do país, promovendo a sustentabilidade da produção, a bioeconomia e a indústria de baixo carbono. A ILPF representa um passo fundamental para a construção de um futuro mais verde e próspero para o Brasil.
Informações adicionais sobre a Rede ILPF:
- Site oficial: https://redeilpf.org.br/
- Publicações: https://redeilpf.org.br/publicacoes/
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