Microsoft compra de créditos de carbono de reflorestamento na Amazônia

A gigante da tecnologia, Microsoft, acaba de firmar um acordo histórico com a startup brasileira Mombak para a compra de créditos de carbono de reflorestamento na Amazônia. Este contrato, de longo prazo, representa um dos maiores acordos já feitos pela empresa de tecnologia no campo da remoção de carbono baseada na natureza.

172
credito de carbono microsoft

Microsoft compra de créditos de carbono de reflorestamento na Amazônia

A gigante da tecnologia, Microsoft, acaba de firmar um acordo histórico com a startup brasileira Mombak para a compra de créditos de carbono de reflorestamento na Amazônia. Este contrato, de longo prazo, representa um dos maiores acordos já feitos pela empresa de tecnologia no campo da remoção de carbono baseada na natureza.

A Mombak, sediada no Pará e especializada em projetos de reflorestamento, se destaca como uma das principais parceiras da Microsoft nesse esforço conjunto pela redução das emissões de gases de efeito estufa. Além disso, a Amazon, outra gigante do setor tecnológico, também está investindo expressivamente em créditos de restauro agroflorestal na mesma região paraense, demonstrando um movimento significativo das empresas de tecnologia em direção à sustentabilidade ambiental.

Embora o valor exato do negócio entre a Microsoft e a Mombak não tenha sido divulgado, estima-se que o contrato envolva a compra de até 1,5 milhão de créditos de carbono até 2032, o que equivale a 1,5 milhão de toneladas de carbono equivalente (tCO2e) removidas da atmosfera. Esse volume representa um aumento significativo em relação aos anos anteriores, evidenciando o compromisso da Microsoft em ampliar suas iniciativas de neutralização de carbono.

Nos últimos três anos fiscais, a Microsoft contratou a remoção de mais de 7 milhões de tCO2e, sendo a maior parte desses créditos provenientes de soluções baseadas na natureza, totalizando quase 5 milhões de tCO2e. O acordo com a Mombak representa um marco importante nesse contexto, pois contribuirá substancialmente para os esforços da Microsoft em alcançar suas metas de sustentabilidade.

Peter Fernandez, CEO da Mombak, destaca a relevância desse contrato, que representa cerca de 30% da produção esperada pela empresa ao longo do período acordado. Ele ressalta que esse acordo é muito maior do que os firmados anteriormente pela startup, demonstrando o potencial de crescimento e impacto positivo dessa parceria.

A Mombak estabeleceu como meta um preço médio de cerca de US$ 50 por tonelada em suas negociações, um valor considerado alto dentro do mercado de créditos de carbono. Recentemente, a empresa fechou um acordo para fornecer offsets à escuderia McLaren a esse preço, destacando o interesse crescente por soluções de remoção de carbono.

A Microsoft, por sua vez, é reconhecida como uma das compradoras mais rigorosas de créditos de carbono no mercado, investindo não apenas em soluções baseadas na natureza, mas também em tecnologias avançadas para a captura e remoção de carbono da atmosfera. A empresa possui contratos para o uso de tecnologias como a captura direta do ar (DAC) com empresas como a Carbon Capture e a Climeworks, além de investimentos em biochar, uma forma de carvão vegetal que ajuda a consolidar o carbono.

Essas negociações estão alinhadas com a meta ambiciosa da Microsoft de se tornar net zero até 2030, reduzindo suas emissões pela metade em comparação com 2020 e compensando o restante por meio de iniciativas de remoção de carbono. A empresa também implementou um preço interno de carbono para desencorajar emissões diretas e indiretas, destinando os recursos arrecadados para projetos de sustentabilidade.

Brian Marrs, diretor sênior de energia e remoção de carbono da Microsoft, ressalta a importância de investir em projetos como o da Mombak, que trazem benefícios significativos para o meio ambiente e para as comunidades locais. Ele destaca que a parceria com a Mombak é parte integrante dos esforços da Microsoft em direção a um futuro mais sustentável.

A Mombak, por sua vez, iniciou suas atividades há dois anos como um projeto promissor e rapidamente chamou a atenção da Microsoft devido à qualidade e rigor de suas práticas. A startup já gerencia três áreas de reflorestamento no Pará, totalizando cerca de 4 mil hectares e mais de 1 milhão de mudas plantadas. Seus planos futuros incluem a restauração de 30 mil hectares e o plantio de mais de 100 espécies nativas brasileiras.

Recentemente, a Mombak captou um fundo de US$ 100 milhões para financiar suas operações, o Amazon Reforestation Fund, atraindo investidores de peso como o fundo de pensão canadense CPPIB e a Rockefeller Foundation. Esses recursos serão fundamentais para impulsionar o crescimento da startup e viabilizar novos projetos de reflorestamento e remoção de carbono.

Com esses avanços e investimentos, tanto a Microsoft quanto a Mombak estão contribuindo significativamente para a preservação do meio ambiente e para a construção de um futuro mais sustentável para todos. A parceria entre uma gigante da tecnologia e uma startup brasileira demonstra o potencial e a importância das iniciativas conjuntas no combate às mudanças climáticas e na promoção da sustentabilidade global.